quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Poema do dia: Os Adeuses

Tomaz de Figueiredo
OS ADEUSES
Casa à beira do Vez - quem tem, sem ter -
onde passava noites à lareira,
jogando a bisca ou Vieira a ler,
chorando, às vezes... com a fumaceira...
 
Casa onde via bagos lourescer
e escrevia aos olores da laranjeira,
onde cuidou em paz vir a morrer
ao embalo da fonte cantadeira...
 
Casa do Amor, do Sonho e da Lembrança,
do Sempre e das Meninas Tias Velhas,
de falsos com fantasmas, cacaréus...
 
Casa das tropelias de criança
e que não mais há-de abrigá-lo às telhas,
Casa de Avós, perdida casa: - Adeus!

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