quinta-feira, 9 de junho de 2011

Pessoa Diário: A morte chega cedo

Fernando Pessoa

A morte chega cedo

A morte chega cedo,
Pois breve é toda vida
O instante é o arremedo
De uma coisa perdida.

O amor foi começado,
O ideal não acabou,
E quem tenha alcançado
Não sabe o que alcançou.

E tudo isto a morte
Risco por não estar certo
No caderno da sorte
Que Deus deixou aberto.

Fonte: Cancioneiro

Sem comentários:

Enviar um comentário