Charles Baudelaire, traduzido por Maria Gabriela Llansol
LXXXII (em As Flores do Mal)
UM MAL FASCINANTE
Diz-me Libertino
Nessas olheiras estranhas
Atormentadas pelo destino
Que pensamentos acalentas no coração vazio?
Um gosto insaciável pelo obscuro e pelo incerto Certamente
Não me queixo como Ovídio
De ter perdido o paraíso
Pelo contrário
É nos teus céus rasgados como falésias
Que meu orgulho se contempla
Aquelas nuvens imensas
Estão de luto por meus sonhos lixados
O luar libidinal que te passa pelos olhos
São reflexos de inferno
No meu coração realizado
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