Este é provavelmente um dos mais bonitos poemas da literatura inglesa.
W.H. Auden
Funeral Blues
Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.
Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message 'He is Dead'.
Put crepe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.
He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last forever: I was wrong.
The stars are not wanted now; put out every one,
Pack up the moon and dismantle the sun,
Pour away the ocean and sweep up the wood;
For nothing now can ever come to any good.
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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Quote of the day
Hoje, em vez de um poema, temos uma citação, também para variar um pouco. Então, estava eu "calmamente" a ouvir um álbum de Vader, banda polaca de grande importância na cena death metal mundial, mais precisamente o "Impressions in Blood", por sinal um óptimo álbum e um dos meus preferidos na discografia dos Vader, quando chego à 6ª faixa do álbum - Predator. Esta música é um poço de citações, mas aqui fica a minha preferida.
"Violence is the mark of the dumb".
Eu não diria melhor.
P.S. Recomendo este álbum aos amantes de metal extremo, todos os outros também são bem-vindos, mas não aceito reclamações.
"Violence is the mark of the dumb".
Eu não diria melhor.
P.S. Recomendo este álbum aos amantes de metal extremo, todos os outros também são bem-vindos, mas não aceito reclamações.
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Poema do dia
Carol Ann Duffy
You (do livro Rapture)
Uninvited, the thought of you stayed too late in my head,
so I went to bed, dreaming you hard, hard, woke with your name,
like tears, soft, salt, on my lips, the sound of its bright syllables
like a charm, like a spell.
Falling in love
is glamorous hell; the crouched, parched heart
like a tiger ready to kill; a flame’s fierce licks under the skin.
Into my life, larger than life, beautiful, you strolled in.
I hid in my ordinary days, in the long grass of routine,
in my camouflage rooms. You sprawled in my gaze,
staring back from anyone’s face, from the shape of a cloud,
from the pining, earth-struck moon which gapes at me
as I open the bedroom door. The curtains stir. There you are
on the bed, like a gift, like a touchable dream.
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Poema do dia
Pablo Neruda
Sonnet XVII (100 Love Sonnets, 1960)
I don't love you as if you were the salt-rose, topaz
or arrow of carnations that propagate fire:
I love you as certain dark things are loved,
secretly, between the shadow and the soul.
I love you as the plant that doesn't bloom and carries
hidden within itself the light of those flowers,
and thanks to your love, darkly in my body
lives the dense fragrance that rises from the earth.
I love you without knowing how, or when, or from where,
I love you simply, without problems or pride:
I love you in this way because I don't know any other way of loving
but this, in which there is no I or you,
so intimate that your hand upon my chest is my hand,
so intimate that when I fall asleep it is your eyes that close.
Sonnet XVII (100 Love Sonnets, 1960)
I don't love you as if you were the salt-rose, topaz
or arrow of carnations that propagate fire:
I love you as certain dark things are loved,
secretly, between the shadow and the soul.
I love you as the plant that doesn't bloom and carries
hidden within itself the light of those flowers,
and thanks to your love, darkly in my body
lives the dense fragrance that rises from the earth.
I love you without knowing how, or when, or from where,
I love you simply, without problems or pride:
I love you in this way because I don't know any other way of loving
but this, in which there is no I or you,
so intimate that your hand upon my chest is my hand,
so intimate that when I fall asleep it is your eyes that close.
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Balanço musical do ano
Olhando para trás, o ano de 2009 trouxe-me momentos inesquecíveis ao vivo. Vi algumas das minhas bandas favoritas pela primeira vez, repeti outras bandas com muito prazer e até descobri novas bandas que posso explorar no futuro. Vou aqui então fazer uma apanhado do ano de 2009 em termos de concertos. FOi um ano rico e, eu diria até, surpreendente. Vamos a isso.
Primeiro concerto do ano para mim: Judas Priest @ Pavilhão Atlântico. Aqui temos os dois mestres dessa arte que é tocar guitarra: K.K. Downing e seu companheiro inseparável Glenn Tipton ao vivo em Lisboa.
O ano continuou em força com uma estreia para mim, Anathema, num ambiente muito intimista e de comunhão completa que será muito difícil de reproduzir ou imitar. Aqui temos o vocalista Vincent Cavanagh, em todo o seu esplendor, ao vivo em Almada:
A seguir, outra estreia, esses monstros do metal progressivo, os malogrados Dream Theater, provavelmente a banda que me fez gastar mais dinheiro até hoje. Ele é DVDs (todos), CDS (todos), T-shirts (algumas) e ainda livros. Mas não me arrependo de nada, sou uma fã incondicional. No Coliseu de Lisboa, com um calor de morrer, aquilo foi puro êxtase a noite toda. John Petrucci e a sua guitarra verde a chorar deram que falar:
E se uma vez não bastasse, os Dream Theater voltaram, desta vez ao Porto para nos presentear com mais música e mais bandas para descobrirmos com eles. Pela primeira vez saí de Lisboa para ver duas das minhas bandas preferidas, Dream Theater pela segunda vez e Opeth pela primeira. E é verdade que o Porto também tem o seu encanto. Aqui temos os Opeth, com o seu carismático osquestrador Mikael Akerfeldt, simpáticos, antes do concerto consegui alguns autógrafos do segundo guitarrista e do baixista de longa data que se passeavam pela zona:
E os Dream Theater, a receber o agradecimento do público português por não os terem esquecido nesta Progressive Nation Tour:
Mas o ano ainda me traria bons momentos, mais dois aliás. O primeiro foi o regresso dos Porcupine Tree a Almada um ano depois de se terem estreado em concerto próprio pelas nossas bandas. Desta vez foi ainda mais especial, tocaram o álbum "The Incident" na sua totalidade e isso ficará para sempre na minha memória, até porque até então nunca tinha tido a oportunidade de ouvir um álbum inteiro ser tocado ao vivo. A setlist agradou-me bastante, tocaram vários dos meus hinos e por isso foi uma noite muito bem passada e emocional. O Steven Wilson encarna a banda nesta foto, ao vivo no Almadense:
O ano de concertos terminaria em beleza com o concerto dos Arch Enemy em Almada, ao qual já fiz referência neste blog. Resta-me dizer que o ano de 2009 trouxe festivais de qualidade e muitas bandas que quase nunca cá põem os pés, o que é sempre de louvar. Para os amantes da música pesada, o ano de 2009 será recordado com um ano de bons concertos. Gostaria de ter ido a muitos mais, queria ter ido ver Dark Tranquillity a Aveiro, mas não foi possível, tal como tantos outros concertos. Mas para o ano há mais, há novos CDs a sair, novas tours a aparecer, há novos concertos para ver :) E aqui vos deixo com o Michael Amott, um senhor da guitarra, love him or hate him, em Portugal, está claro:
Primeiro concerto do ano para mim: Judas Priest @ Pavilhão Atlântico. Aqui temos os dois mestres dessa arte que é tocar guitarra: K.K. Downing e seu companheiro inseparável Glenn Tipton ao vivo em Lisboa.
O ano continuou em força com uma estreia para mim, Anathema, num ambiente muito intimista e de comunhão completa que será muito difícil de reproduzir ou imitar. Aqui temos o vocalista Vincent Cavanagh, em todo o seu esplendor, ao vivo em Almada:
A seguir, outra estreia, esses monstros do metal progressivo, os malogrados Dream Theater, provavelmente a banda que me fez gastar mais dinheiro até hoje. Ele é DVDs (todos), CDS (todos), T-shirts (algumas) e ainda livros. Mas não me arrependo de nada, sou uma fã incondicional. No Coliseu de Lisboa, com um calor de morrer, aquilo foi puro êxtase a noite toda. John Petrucci e a sua guitarra verde a chorar deram que falar:
E se uma vez não bastasse, os Dream Theater voltaram, desta vez ao Porto para nos presentear com mais música e mais bandas para descobrirmos com eles. Pela primeira vez saí de Lisboa para ver duas das minhas bandas preferidas, Dream Theater pela segunda vez e Opeth pela primeira. E é verdade que o Porto também tem o seu encanto. Aqui temos os Opeth, com o seu carismático osquestrador Mikael Akerfeldt, simpáticos, antes do concerto consegui alguns autógrafos do segundo guitarrista e do baixista de longa data que se passeavam pela zona:
E os Dream Theater, a receber o agradecimento do público português por não os terem esquecido nesta Progressive Nation Tour:
Mas o ano ainda me traria bons momentos, mais dois aliás. O primeiro foi o regresso dos Porcupine Tree a Almada um ano depois de se terem estreado em concerto próprio pelas nossas bandas. Desta vez foi ainda mais especial, tocaram o álbum "The Incident" na sua totalidade e isso ficará para sempre na minha memória, até porque até então nunca tinha tido a oportunidade de ouvir um álbum inteiro ser tocado ao vivo. A setlist agradou-me bastante, tocaram vários dos meus hinos e por isso foi uma noite muito bem passada e emocional. O Steven Wilson encarna a banda nesta foto, ao vivo no Almadense:
O ano de concertos terminaria em beleza com o concerto dos Arch Enemy em Almada, ao qual já fiz referência neste blog. Resta-me dizer que o ano de 2009 trouxe festivais de qualidade e muitas bandas que quase nunca cá põem os pés, o que é sempre de louvar. Para os amantes da música pesada, o ano de 2009 será recordado com um ano de bons concertos. Gostaria de ter ido a muitos mais, queria ter ido ver Dark Tranquillity a Aveiro, mas não foi possível, tal como tantos outros concertos. Mas para o ano há mais, há novos CDs a sair, novas tours a aparecer, há novos concertos para ver :) E aqui vos deixo com o Michael Amott, um senhor da guitarra, love him or hate him, em Portugal, está claro:
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
sábado, 19 de dezembro de 2009
Recomendações literárias - Poéticas
Partilhar poemas
será meu o meu país
há um país que me fala – o meu país –
que me interpela
e constantemente me questiona
este é um país que se insinua
é um lapso de memória – colectiva –
sempre que o meu país
se aproxima,
a segredar-me ao ouvido – que é feito da guerra –
estilhaços violentos de uma geração
um país que quer gritar
acreditar
subjugar-me a uma ideia de civilização
progresso – retrocesso
nada de concreto
há um pais que é sinónimo de traição – que tradição?
este é o país que me vê como um feto
de difícil digestão
sou o fio da navalha
que se entranha
como se fosse apátrida
no coração
apátrida sem alma e sem orientação
há um país que me fala – o meu país –
que me interpela
e constantemente me questiona
este é um país que se insinua
é um lapso de memória – colectiva –
sempre que o meu país
se aproxima,
a segredar-me ao ouvido – que é feito da guerra –
estilhaços violentos de uma geração
um país que quer gritar
acreditar
subjugar-me a uma ideia de civilização
progresso – retrocesso
nada de concreto
há um pais que é sinónimo de traição – que tradição?
este é o país que me vê como um feto
de difícil digestão
sou o fio da navalha
que se entranha
como se fosse apátrida
no coração
apátrida sem alma e sem orientação
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Arch Enemy live at Incrível Almadense
Pois é, foi dia 4 de Dezembro que este furacão de energia passou por Portugal. Eu já sigo a carreira dos Arch Enemy há pelo menos 3 anos e sou fã convicta, apesar de todas as críticas que lhes apontam. Sou fiel, porque gosto de facto, sem preconceitos e com toda a liberdade que o metal me dá e que eu recebo. Falo de heavy metal, pois bem, falo com orgulho e uma pitada de clandestinidade, que até me agrada, é como fazer parte de uma tribo secreta, mas que nos últimos anos regressou à vida, saiu da sombra, as it were, mas a sombra não chega a toda o lado. Hoje em dia, é, de facto, possível estar-se num concerto com grandes executantes, excelentes músicos, com imenso público que brilha em toda a sua efervescência, e mesmo assim ninguém saber. Ou melhor, o mainstream não sabe nem espera que estas bandas, que vendem mais discos originais que muitas bandas que passam na MTV e na rádio. Sim, porque hoje em dia, quem compra CDs originais é quem gosta de facto de música. Gosta de ouvir os sons, a melodia, a combinação dos diferentes instrumentos. Porque quem se desloca a uma loja de discos e está disposto a gastar pelo menos 10E num CD original tem de gostar de música porque era tão mais simples "roubar" tudo na net e ser feliz dessa maneira. Eu fiz uma escolha, há algum tempo. Escolhi apoiar as bandas, compro CDs, DVDs, merchandise, uma escolha consciente de ajudar as bandas que tanto me dão emocionalmente. Há pessoas que não pensam como eu, para eles a música é um bem que possuem, para mim é arte. Podia divagar e escrever três mil palavras sobre o que é ouvir heavy metal, ouvir música progressiva, música provocadora, aqui o heavy metal é só umas das maneiras de ir contra o sistema, de pensar mais para além, de construir a partir do caos. É curioso, mas esta música que se faz é tão parecida à poesia, têm a mesma missão, são análogas em tantos conceitos, apesar de o poderem fazer de forma diferente.
À parte da poesia e da música, uma imagem vale mil palavras. E esta que aqui partilho é a definição do metal e também a definição de poesia, pelo menos é a minha definição, sempre incompleta, mas verdadeira. O mesmo arrepio na espinha que senti quando os Arch Enemy entraram em palco, é o mesmo arrepio que sinto sempre quando penso que podia nem sequer conhecer a música que por aí se faz e que vai muito para além do que nos mandam ouvir e o que não nos pode assustar.
À parte da poesia e da música, uma imagem vale mil palavras. E esta que aqui partilho é a definição do metal e também a definição de poesia, pelo menos é a minha definição, sempre incompleta, mas verdadeira. O mesmo arrepio na espinha que senti quando os Arch Enemy entraram em palco, é o mesmo arrepio que sinto sempre quando penso que podia nem sequer conhecer a música que por aí se faz e que vai muito para além do que nos mandam ouvir e o que não nos pode assustar.
Recolhas Poéticas de Sophia de Mello Breyner Andresen
Pensamentos aleatórios
"fragilidade não é viver na rua abaixo de cão"
Pensamento que, espero, assumirá, com tempo, a forma de uma poema.
Pensamento que, espero, assumirá, com tempo, a forma de uma poema.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Writing as I go
cativeiro
preciso de guardar um sopro
da glória que é
estar acordada
durante o abalo da noite
o frio
que cai a pique
biblicamente
é uma resina turva que me cala os pensamentos
esperemos então
pela ingratidão
que nos atravanca
neste estrondo
há o perigo de vir a precisar de cativeiro
preciso de guardar um sopro
da glória que é
estar acordada
durante o abalo da noite
o frio
que cai a pique
biblicamente
é uma resina turva que me cala os pensamentos
esperemos então
pela ingratidão
que nos atravanca
neste estrondo
há o perigo de vir a precisar de cativeiro
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