Pois é, foi dia 4 de Dezembro que este furacão de energia passou por Portugal. Eu já sigo a carreira dos Arch Enemy há pelo menos 3 anos e sou fã convicta, apesar de todas as críticas que lhes apontam. Sou fiel, porque gosto de facto, sem preconceitos e com toda a liberdade que o metal me dá e que eu recebo. Falo de heavy metal, pois bem, falo com orgulho e uma pitada de clandestinidade, que até me agrada, é como fazer parte de uma tribo secreta, mas que nos últimos anos regressou à vida, saiu da sombra, as it were, mas a sombra não chega a toda o lado. Hoje em dia, é, de facto, possível estar-se num concerto com grandes executantes, excelentes músicos, com imenso público que brilha em toda a sua efervescência, e mesmo assim ninguém saber. Ou melhor, o mainstream não sabe nem espera que estas bandas, que vendem mais discos originais que muitas bandas que passam na MTV e na rádio. Sim, porque hoje em dia, quem compra CDs originais é quem gosta de facto de música. Gosta de ouvir os sons, a melodia, a combinação dos diferentes instrumentos. Porque quem se desloca a uma loja de discos e está disposto a gastar pelo menos 10E num CD original tem de gostar de música porque era tão mais simples "roubar" tudo na net e ser feliz dessa maneira. Eu fiz uma escolha, há algum tempo. Escolhi apoiar as bandas, compro CDs, DVDs, merchandise, uma escolha consciente de ajudar as bandas que tanto me dão emocionalmente. Há pessoas que não pensam como eu, para eles a música é um bem que possuem, para mim é arte. Podia divagar e escrever três mil palavras sobre o que é ouvir heavy metal, ouvir música progressiva, música provocadora, aqui o heavy metal é só umas das maneiras de ir contra o sistema, de pensar mais para além, de construir a partir do caos. É curioso, mas esta música que se faz é tão parecida à poesia, têm a mesma missão, são análogas em tantos conceitos, apesar de o poderem fazer de forma diferente.
À parte da poesia e da música, uma imagem vale mil palavras. E esta que aqui partilho é a definição do metal e também a definição de poesia, pelo menos é a minha definição, sempre incompleta, mas verdadeira. O mesmo arrepio na espinha que senti quando os Arch Enemy entraram em palco, é o mesmo arrepio que sinto sempre quando penso que podia nem sequer conhecer a música que por aí se faz e que vai muito para além do que nos mandam ouvir e o que não nos pode assustar.
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