sábado, 26 de junho de 2010

My poems: reconheces-me

reconheces-me

quando me perguntas ‘reconheces-me’ ao ouvido
durante o que parece ser uma dança
palavras e silêncios me contas
com a pontas dos dedos

sinto o que dizes
mas não entendo as pausas
a insubordinação do teu corpo

não entendo
as perguntas que me fazes
contra uma luz a vazar os sentidos
que ainda me restam

podes tirar-me esta protecção
o intervalo entre nós
para me enfraquecer

mesmo assim
não entenderei
porque estremeces
com o som que dispara no coração

e quando me perguntas ‘reconheces-me’ outra vez
respondo-te com segredos
comunicamos assim
como se fôssemos estranhos
estranhos
que não sabem o que fazem
que não sabem do que têm mais medo:
de se perderem ou de se acharem

Sem comentários:

Enviar um comentário