vozes de criança
as mãos que me tocam
são figuras do passado
fósseis
fracturas
falsificações
são filhas e filhos alegóricos
heróis
heroínas
herdeiros
de um horizonte humilhante
a cura para esta doença
esta culpa infantil – uma espécie de comichão interior
é confiar na confissão
a infância nunca pode ser pacífica
e procura sempre esconder
os resquícios depositados no coração
farei descer até mim
um líquido
que darei de beber
à minha nova criança
na nova génese - regeneração
e rodopio pelo chão
a salivar
solta do açaime
as minhas vozes falam entre si
não é preciso ser uma criança
não é preciso ser egoísta para ver a vida distorcida
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