sábado, 2 de janeiro de 2010

O poeta português que todos esqueceram, outros nem sequer conheceram, mas que eu aqui recordo

A bem da verdade, Tomaz de Figueiredo fez-me escrever. Quando me ofereceram a sua obra poética, imagino que há uns 3 anos ou mais, percebi que a literatura portuguesa tinha mais para oferecer que as papas que nos eram impingidas nas aulas de Português. E fiquei entusiasmada. Não que não tivesse lido outros poetas portugueses de interesse, mas este foi de facto especial. Deixo-vos com um dos meus poemas preferidos de Tomaz de Figueiredo, o escritor português que toda a gente esqueceu.


ANATHEMA SIT

Odeio-te, Poesia, bruxa fria
que me deitaste o olhar, mal que nasci
e que me perseguiste, noite e dia,
ó bruxa fria para quem vivi.

Olha-me bem, fita-me bem, aqui
a retorcer-me em pasmos de agonia.
Maldita a hora em que me dei a ti,
ó bruxa fria! Odeio-te, Poesia!

Maldigo-te, ó engano dos enganos.
que matando me vais, nocturna, aos poucos!
Maldita sejas, bruxa enganadora!

Vai-te, Poesia, engano dos humanos,
Fazedora de Cristos e de loucos!
Fora de mim, ó Poesia! Fora!


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